Valores Claros, Atitudes Criativas

Tenham atitudes criativas, sem esquecer da simplicidade das coisas, sem burocratizá-las e questionando sempre”.

Sabemos que a inteligência é a capacidade que nosso cerebro possui de colher dados, armazená-los, processá-los e produzir então algum tipo de resultado. Geralmente a inteligência é a habilidade que mais influencia no momento em que participamos de uma seleção e em nossos passos futuros em uma organização. Mas diferente do que associamos instintivamente, esta inteligência não está exclusivamente relacionada ao conhecimento, mas acima de tudo a atitude. Neste post de boas-vindas, escolhi falar sobre o quanto conhecemos os valores das organizações onde atuamos e pelo que se pautam nossas atitudes nestes ambientes.

Vou começar citando um trecho de uma entrevista do filósofo e professor Mário Sérgio Cortella, que fala sobre ética e moral, pra que possamos entender a origem dos valores:

Fala-se muito em “valores pessoais“, “valores da organização“, “valores estratégicos“, mas tenho observado que poucas pessoas realmente percebem o que são, ou de que forma podem identifica-los e interagir com eles. Conceitualizando de uma forma livre e bem simples: valores são os exercícios de conceitos, concepções e crenças que temos, baseados em modelos éticos ou padrões que sejam de nosso conhecimento ou concepção. Por exemplo, desde de pequena fui ensinada que é educado dizer por favor, obrigado, dar bom dia. Por isso hoje, além de exercitar estes ensinamentos; por acreditar neles, considero adequadas à minha convivencia aquelas pessoas que têm o mesmo comportamento, e penso que todo comportamento oposto é inadequado.

A maioria das organizações também possui estes valores já definidos em seu Planejamento Estratégico, descritos em seu site e material institucional e talvez até expostos na parede da empresa. Mas isso não garante que estes valores sejam realmente praticados, ou ainda que sirvam de modelo base para as atitudes de cada colaborador. E muitas vezes realmente não são, não apenas por falta de conscientização da equipe, mas por não se traduzirem em atitudes da empresa para com a sociedade, e principalmente: com seu próprio time. Tenho visto organizações que tem o “respeito a qualidade das relações” como um valor fundamental, e quando você pesquisa o clima organizacional, percebe muitas culturas instauradas que dizem exatamente o contrario, como: “Aqui manda quem pode, obedece quem tem juizo” ou “É cada um por si”. Qual destes dois tipos de crenças você acredita que irá pautar a atitude de um colaborador?

Ano passado li um ótimo livro, que recomendo a vocês também, o título é Tsunami – Construindo Organizações Capazes de Prosperar,  onde Victor Pinedo diz:

“Cada pessoa deve ser capaz de tomar as decisões baseando-se no conjunto de valores, propiciando à empresa a possibilidade de atuar como um bloco coeso e unificado, embora ágil, flexível e independente”.

É preciso que os valores disseminados pela empresa, tenham tanto sentido para cada um, que sejam capazes de provocar, mais do que adesão; o comprometimento individual e como time. Os valores precisam ser coletivos, e devem auxiliar na busca por resultados abrangentes e não apenas a satisfação do propósito de gerar lucro, que toda a organização possui. Não é o que, mas o como, de que forma a empresa vai atender seus propósitos, quais são as regras do game. E é neste ponto que começamos a entender a relação dos valores com as atitudes nas organizações, porque percebemos que as pessoas sempre irão preferir conscientemente exercitar valores que tenham semelhança ou adequação ao seu conjunto moral ou que simbolizem o bem-estar comum.

Muitas das pessoas que conheço, investem tempo e energia tentando responder: qual a forma correta ou errada de agir na organização? o que a empresa espera de mim? o que preciso fazer para ganhar espaço ou atenção? – Acredito firmemente que isso ocorre pela ausencia de valores claros, para cada um e para a própria organização, principalmente seu grupo gestor em todos os níveis. Isto como uma condição básica a ser atendida pelas organizações. E quando não ocorre, gasta-se tanta energia e tempo neste fundamento, que perdem espaço outros temas como a integração e a criatividade e todos vão perdendo a “urgência” de contribuir e inovar. É o que tenho visto na prática, quanto mais claros são os valores, mais qualidade há nas atitudes e o que emerge é um sentimento de “criar algo maior”, com o que há grande comprometimento.

A base da criatividade é acima de tudo o questionamento, e mais o questionamento constante. Se fizermos uma brincadeira, onde em uma coluna você escreva todos os processos e procedimentos que você executa sem saber porque foram formulados da forma que estão e em outra coluna todos aqueles que você já questionou, qual coluna terá mais itens?

E se agora depois de analisar você pudesse escrever em uma coluna quais processos e procedimentos você considera excelentes e na outra coluna quais você mudaria algo na forma de fazer, qual das duas colunas sairá ganhando?

Pode-se chamar de atitude criativa, aquela que transcende o regular, não apenas sem onerar o resultado, mas o incrementando ou gerando um novo resultado. Sem prentensão de decrescer aqueles que não usam da criatividade em suas atitudes, visto que cada pessoa é livre para definir e moldar sua forma de agir, provoco ao fato, incômodo no meu ponto de vista, de nos “acostumarmos com as coisas como elas são” e esperarmos o mesmo das outras pessoas. As vezes com a justificativa de que não há espaço para criatividade naquela função ou atividades que desempenhamos. Eu os desafio a pensar o contrário. A buscar fazer diferente, fazer melhor pelo menos um único item de suas listas. Nao há distinção de função, cargo ou segmento para o treino da criatividade, assim como também não há limite; a unica diferença é a forma que você pode expressar a criatividade, nem sempre é preciso “reiventar a roda” para ser criativo, mas é preciso sempre olhar se a “roda” que temos nas mãos não é “quadrada”.


Sobre Karen Oswald

Administradora de empresas, musicista, voluntária e escritora aprendiz. Atuando em Gerenciamento de Projetos, Serviços e Processos no segmento de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. Instrutora de gestão projetos, gestão de serviços de TI (ITIL, PMI, Scrum, ISO 20000, ISO 27000, BPM). Militante do pensamento livre e das atitudes criativas. #Worklover. #Nerd e #Musicista. Apaixonada por #Sampa, seu Pampa e o mundo. Doida. Por café. E bicho. Prefere SMS. Vê #poesia na rua, e em gente. =)
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Uma resposta para Valores Claros, Atitudes Criativas

  1. Parabéns Karen!!!
    Boa reflexão sobre o assunto. Que todos possam parar e exercitar essas dicas.
    Abrs

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